“O trajeto surpreende: topografia irregular, picos rochosos, vales, enormes abismos, tênues nuvens brancas que se insinuam entre os cumes, pequenos riachos, longas cachoeiras brancas, uma orgia de verdes.” — Telma, de São Paulo, relembra uma viagem de trem com a família.
Em algumas situações, a viagem especial é justamente aquela que repetimos muitas vezes e nem notamos que é memorável, até que precisamos nos afastar, passamos algum tempo sem fazer aquele caminho e descobrimos o quanto faz falta. Essa é a experiência que quero contar.
Minha viagem inesquecível é entre Curitiba e Paranaguá, de trem, descendo a Serra do Mar em direção à praia. Fiz esse passeio uma ou duas vezes por ano, da infância à idade adulta. Nossa família ia para a Ilha do Mel, que não era um point turístico, e sim um reduto de pescadores. Hoje existem as litorinas (vagões com ar condicionado), mas naquela época íamos de trem mesmo. Eu e meus irmãos adorávamos!
O trajeto surpreende: topografia irregular, picos rochosos, vales, enormes abismos, tênues nuvens brancas que se insinuam entre os cumes, pequenos riachos, longas cachoeiras brancas, uma orgia de verdes. A linha férrea cruza a paisagem com capricho, algumas vezes presa à montanha, em outras passando em túneis cavados na rocha ou, ainda, se lançando audaciosa sobre o vazio. É espantoso que a obra original seja de 1885.
Dentre as nossas muitas idas, hoje me lembrei de uma especialmente diferente, quando eu tinha uns 10 ou 12 anos. O dia estava nublado e a viagem começou como de hábito. No entanto, pouco tempo depois as nuvens pesaram e a chuva caiu forte. O céu escureceu, as árvores se dobraram, o vento uivava, a água lavava a janela e apagava a paisagem. Em algum momento a locomotiva parou em um túnel curto. Embora minha mãe parecesse apreensiva, meu pai explicou que seria mais seguro ficarmos ali por alguns minutos, protegidos da turbulência externa, esperando que a tempestade enfraquecesse. Com certeza, a tranquilidade dele nos deixou confiantes.
Tão rápida quando começou, a tempestade se foi. O trem apitou e recomeçou a mover-se lentamente. Encostei-me à lateral e voltei a apreciar a paisagem enquadrada pela janelinha, que ficara ainda mais linda, brilhando sob aquela capa molhada.
Esse foi o destino inesquecível de Telma. Você já fez uma viagem mágica? Conta para a gente!
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A minha mãe fez esta viagem. Agora que moramos em Curitiba ela me sugeriu fazê-la. Creio que seria uma boa, o post deu a parecer que sim, vou ver o preço…
Beijos!
Que legal, Amandinha! Tomara que sua viagem seja tão inesquecível quanto a da Telma!