Entre 1931 e 1940, o escritor norte-americano Ernest morou em Key West (Flórida, EUA) onde, além de pescar muito, terminou de escrever “Adeus às armas”. Há outros locais em que morou, nos EUA, em Cuba e na Europa, porém essa casa de Hemingway me atrai particularmente, talvez pela proximidade do mar (link oficial).
A visita ao autor de “O velho e o mar”, “Ter ou não ter”, “Por quem os sinos dobram” começou na viagem de carro saindo de Miami, atravessando as mais de 40 pontes que formam o trajeto, a mais longa das quais se estende por quase 11 km (7 milhas). Durante a viagem, observamos a natureza e relembramos frases famosas do escritor.
Necessita-se dois anos para aprender a falar e sessenta para aprender a calar”.
A ilha, por si, já é especial, com seu ar de cidade praiana em eterno veraneio. Chegar ao museu é fácil; quase todos sabem informar onde fica a casa de Hemingway. Na entrada, uma placa simples no muro. Depois o jardim e a casa de dois andares em estilo colonial espanhol, totalmente avarandada, com portas e janelas em arco, protegidas por folhas de venezianas pintadas de amarelo. A familiaridade é tanta que até parece que alguém vai sair dali e chamar os visitantes para um café.
O homem que começou a viver mais seriamente por dentro, começa a viver mais singelamente por fora”.
Penetrar na casa de Hemingway é se sentir no cotidiano de uma família da década de 1930: sala, cozinha, escritório, quartos e uma escada que une tudo. Paredes e prateleiras repletas de utensílios, pequenas lembranças, estantes cheias de livros, talvez a nos lembrarem que “todos os bons livros se parecem: são mais reais do que se tivessem acontecido de verdade”. Ou, ainda, a nos desafiar abertamente:
Escreve, se puderes, coisas que sejam tão improváveis como um sonho, tão absurdas como a lua-de-mel de um gafanhoto e tão verdadeiras como o simples coração de uma criança”.
No núcleo central, em evidência, posters de filmes feitos a partir dos textos de Hemingway, referências ao prêmio Pulitzer (ganho em 1953, por “O Velho e o Mar“) e ao Nobel de Literatura (recebido em 1954).
Agora não é momento de pensar no que não tens. Pensa no que podes fazer com o que tens”.
Por todo lado, os gatos: em fotografias, em quadros e ao vivo, andando entre móveis e plantas. A Fundação os protege, pois descendem de Snowball, a gata favorita do escritor; muitos deles têm seis dedos, uma herança da ilustre ancestral. Os grandes olhos felinos analisam atentamente os visitantes, talvez a procura de um interlocutor à altura ao que ali esteve um dia em “Um gato tem honestidade emocional absoluta: os seres humanos, por uma razão ou outra, podem esconder os seus sentimentos, mas o gato não.”
A visita termina no jardim, em um momento contemplativo. Ao olhar a casa a partir dessa perspectiva pressenti, através de uma janela entreaberta, a sombra do ídolo que ali continua a mover-se. Me arrepiei. Penso em como é ser alguém que “mesmo quando estava entre a multidão, estava sempre sozinho”. Respirei fundo relembrando a eterna verdade: “Um homem pode ser destruído, mas não derrotado.”
Hora de ir ao Sloppy Joe’s Bar, o preferido do escritor. Porque a viagem continua.
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