O primeiro safari a gente nunca esquece

Vera, do Rio de Janeiro, nos conta como é fazer um safari na África!

Meu marido, que é engenheiro, durante sua infância foi fã de seriados da TV como Jim das Selvas e Daktari. Desde que nos conhecemos falávamos em percorrer a savana, um sonho distante que ficou adormecido por muito tempo. Em 2007 um de nossos amigos foi trabalhar na África do Sul e começou a nos incentivar a acompanhá-lo. Chegamos à Johanesburgo em 2009 e permanecemos na cidade até o início de 2012. Nosso primeiro grande passeio foi ao Kruger National Park, criado no final dos anos 1890 entre África do Sul e Moçambique.

Rhino

Rhino

Da nossa casa até o Kruger foram cinco horas de viagem, numa ótima estrada. Éramos dois casais e meu filho de 11 anos. Nosso objetivo era fazer um safári fotográfico – a versão política e ecologicamente correta da antiga caçada, cuja ideia é captar a imagens dos animais em seu habitat -, o que significa percorrer trilhas pela savana, quer em automóvel, em jipe 4×4 aberto ou a pé. Tudo é uma grande aula de natureza. Na nossa bagagem, além das máquinas fotográficas e binóculos (cada um levava seu “kit”), tínhamos óculos escuros, chapéu, tênis, protetor solar, repelente e roupas básicas de cor neutra (bege, areia, ocre, verde, marrom). O branco e as cores fortes devem ser evitados, pois excitam os animais.Os rapazes começaram a dirigir bem cedo. Entramos no parque logo após o almoço, sabendo que só sairíamos dali cinco dias depois. É que às 18 horas os portões que dão acesso ao Kruger são fechados: quem ficar dentro precisará pernoitar ali, quem sair, só poderá voltar às 6 da manhã. No interior do parque há 12 acampamentos (cercados), ligados entre si por estradas asfaltadas. Delas saem estradinhas de terra que levam a locais maravilhosos. Há grandes extensões que podem ser exploradas em carros particulares, e áreas em que só circulam os jipes dos guias.

Leão Branco

Leão Branco

Por dois dias usamos nosso carro e seguimos as indicações do Kruger’s Travel Guide e respeitando a velocidade máxima de 40 Km/h. Nos outros saímos nos jipes. As duas experiências foram fantásticas. Antes mesmo de chegarmos ao acampamento passamos um tempo parados na estrada, enquanto um grupo de macacos brincava despreocupadamente. Foi nosso primeiro contato com o Kruger, o primeiro deslumbramento, e o primeiro teste de paciência também! Serviu para nos ensinar que ali o tempo passa em um ritmo diferente, e é preciso respeitá-lo.Logo nos acostumamos com as surpresas daquele lugar: girafas comendo folhinhas do cume das árvores mais baixas, hipopótamos nadando, zebras correndo no horizonte ou logo ao lado, babuínos nos encarando com seriedade, o impressionante céu noturno repleto de estrelas. Em alguns momentos fiquei apreensiva: quando a capa da câmera do meu filho Paulinho caiu e um javali a cheirou com interesse, ou quando uma hiena começou sua “risada” irônica logo atrás de mim, ou, ainda, na noite em que ouvimos um rugido muito alto.

Elefante

Elefante

Já me perguntaram se há perigo de verdade, ou se senti medo. Acho que sim. Não dá prá esquecer que aquele é um território selvagem no qual os animais são livres e podem circular à vontade, mas também sei que há regras que, se forem obedecidas, tornam tudo mais seguro. A principal regra é silêncio (quanto mais, melhor), para não assustar os animais. No jipe, a segunda regra é não descer do veículo, aliás, recomendam que ninguém se levante. Os animais estão “acostumados” com o veículo e o entendem como sendo um animal barulhento e grande. Assim, permanecendo sentados os visitantes parecem ser parte dele; se alguém se levantar, pode ser percebido pelos animais como uma presa.Os guias (rangers ou trackers) insistem em incentivar um jogo entre os visitantes, o “Big Five”, em homenagem aos cinco animais-símbolo do país: Elefante, Búfalo, Leopardo, Leão e Rinoceronte. O objetivo do jogo é encontrar/fotografar estes bichos. Naquela primeira visita, após cinco dias saindo pela manhã e à tarde, estávamos felizes com nossa performance. Embora algumas das fotos não fossem muito boas, havíamos visto o leão e o leopardo de longe, e chegáramos perto dos outros três. Além deles, vimos muitas aves e lagartos, wild dogs (cachorros selvagens), cervos, antílopes, warthog (javali), steenboks, gnus, girafas, macacos, babuínos, crocodilos, hienas, zebras…

Durante o tempo que permanecemos no país, voltamos ao Kruger outras duas vezes, percorrendo novas trilhas e sempre nos surpreendendo com suas possibilidades.

Esse foi o destino inesquecível de Vera. Você já fez uma viagem mágica? Conta para a gente!

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