“Ao sabor da térmica percorremos um largo arco observando calmamente a falésia vermelha, a belíssima praia, uma lagoa gigantesca ao fundo, as casas branquinhas de veraneio se derramando preguiçosas sobre a areia.” — Isabel, de Brasilia, nos conta como foi voar de parapente em Barra de Tabatinga, no Rio Grande do Norte.
Nem sei como aquela ideia surgiu, mas, quando dei por mim estávamos a caminho de um voo duplo de parapente em Barra de Tabatinga, Rio Grande do Norte, partindo de uma falésia altíssima. Formávamos um grupo barulhento de seis pessoas, cinco com idade entre 20 e 28 anos, e eu, com mais de cinquenta!
Ao nos aproximarmos logo vimos as duas grandes “asas” plainando sobre nós. Descemos do carro, subimos a pé uma duna caprichosa, e o mar apareceu lá embaixo. Entre ele e nós, a falésia, as duas geringonças voadoras e uma faixa de areia meio diagonal para a necessária corrida.
Admito que precisei respirar fundo e contar até 10. Eu não devia estar na plenitude da minha sanidade mental ao aceitar participar daquela aventura em uma cidade que não era a minha (somos de Brasília e estávamos em férias em Natal), e ainda levando meus dois filhos e os amigos deles! Se alguém se machucasse eu sequer conhecia um médico a quem recorrer. Quando minha família e meus colegas de trabalho soubessem daquilo mandariam me internar… com certeza!
Adivinhando meus pensamentos, um instrutor se aproximou sorridente, comentando o quando o dia estava tranquilo e que gostava muito de trabalhar com famílias, pois uns cuidavam dos outros.
Nosso grupo começou a saltar, sempre de dois em dois. Sintomaticamente fui ficando para o final, primeiro porque ainda estava um pouco apreensiva, mas, principalmente, porque adoro o por do sol, que é a minha hora favorita do dia e, sendo a última, teria alguma chance de vê-lo lá de cima. Minha vez chegou quando meus tênis já estavam cheios de areia e eu já tinha tomado quase um litro de água para aliviar o calor. Coloquei o equipamento e o instrutor verificou a segurança. Era confortável notar que estava sendo muito cuidadoso. Então repetiu as instruções que eu já ouvira com os outros:
− Vamos correr só um pouquinho, depois o parapente vai puxar para trás, não resista, siga o impulso. Mantenha-se ereta. Quando sentir que saímos do chão, se sente na cadeirinha e aproveite!
− Ok! – assenti. – Mas lembre-se que essa é toda a emoção que preciso! Esqueça as gracinhas, entendido??Corremos, sentimos o tranco para trás e… confesso: quase me decepcionei. Ao invés do frio na barriga que eu imaginara sentir, a asa nos ergueu suavemente. Ao sabor da térmica percorremos um largo arco observando calmamente a falésia vermelha, a belíssima praia, uma lagoa gigantesca ao fundo, as casas branquinhas de veraneio se derramando preguiçosas sobre a areia. Naquela meia hora inesquecível, uma canção de Geraldo Azevedo surgiu do nada e ganhou força: “Passarin…in…nho, eu vou voar!”
Entardecia, e o impressionante festival de verdes e azuis rapidamente se dissolveu nos tons de amarelo do por-do-sol nordestino… fiquei encantada!
Ao descermos, tive um ou dois sustos devidos à mudança repentina do vento, mas nada que pudesse estragar meu deslumbramento. Finalmente aterrissamos na praia, com o vento empurrando forte o parapente e teimosamente dificultando nossa fixação ao solo. Terminei a aventura totalmente “empanada” pela areia, e precisei de vários banhos para me livrar do pó entranhado nos cabelos, mas, sinceramente, me sentindo completamente feliz!
Esse foi o destino inesquecível de Isabel. Você já fez uma viagem mágica? Conta para a gente!
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